CONCLUSÃO DO INQUÉRITO
De acordo com o inquérito, há várias ligações entre Luiz Henrique Romão, o Macarrão, Bruno e o menor perto do sítio de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Além disso, o delegado disse que o adolescente deu detalhes do sequestro de Eliza que conferem com as provas pericias coletadas no laudo do GPS do carro do goleiro Bruno. Ao descrever o ex-policial em seu primeiro depoimento, o jovem disse que Bola tinha uma falha na arcada dentária superior. "A defesa tentou desqualificar isso, dizendo que o suspeito tinha quebrado o dente no transporte da penitenciária. Mas foi feito exame de corpo de delito que confirmou que ela já tinha a falha".Enfim, durante entrevista coletiva, o chefe do Departamento de Investigações, Dr.Edson Moreira, concluíu e afirmou nesta sexta-feira que Bruno é autor material e intelectual do sequestro e assassinato da ex-amante, Eliza Samudio. De acordo com o delegado, Bruno sabia de tudo, planejou o crime, participou do sequestro e cárcere privado. Só tendo descartada a sua presença no local onde ocorreu o homicídio.
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PROVAS TÉCNICAS MAIS DO QUE CABAIS
Embora sem o corpo, o inquérito se conclui de maneira cristalina destacando provas suficientes a indiciar os culpados.
"Destacaram os registros feitos pelas antenas de telefonia celular que registraram trajetos que coincidem com o deslocamento de Eliza do Rio de Janeiro a Minas Gerais e com a ida dela do sítio de Bruno até a casa de Bola, onde a polícia afirma que ela foi executada, no dia 10 de junho.Ficou evidente pela perícia que os dados obtidos com a quebra do sigilo telefônico dos suspeitos coincidem com os depoimentos prestados e demonstram a ligação entre eles. Os dados do sistema de localização GPS da Range Rover, de propriedade de Bruno e conduzida por Luiz Henrique Romão, o Macarrão, também reforçam as versões apresentadas em depoimentos. O sangue encontrado no carro é de Eliza Samudio, assim como um par de sandálias e óculos escuros que foram reconhecidos pelas amigas do Rio. As provas técnicas incluem a fralda tamanho P/M encontrada em uma das suítes do motel em Contagem que teriam sido ocupadas por Eliza, o filho, Bruno, Fernanda, Macarrão e o adolescente.Fotos queimadas do bebê foram achadas em um ponto próximo à cerca do sítio de Bruno.
Também foram incluídos diversos laudos de perícias nos computadores de Eliza e Macarrão, que demonstraram a existência de fotografias da criança e de Bruno, de um contrato, no notebook de Macarrão, a ser firmado entre Eliza e Bruno, com data de 8 de junho de 2010 (quando ela estava no sítio) e uma procuração em branco.As gravações de entrevistas feitas pelos suspeitos, pelo irmão de Dayanne e pelo tio do menor à imprensa foram anexadas ao inquérito, bem como o vídeo gravado por Eliza na saída de uma delegacia no Rio de Janeiro, onde ela denunciou ter sido forçada a beber substâncias abortivas.
O delegado Edson Moreira, disse que Eliza não abandonaria seu filho, cujo pai seria o atleta, porque a criança significaria uma vida estável para ela, caso a paternidade fosse confirmada. Para ele, esta é uma prova de que a mulher está morta. "O filho era uma garantia de pensão alimentícia razoável e duradoura", disse Moreira, ao apresentar o inquérito da investigação do desaparecimento da jovem.Moreira disse também que o sangue com DNA masculino encontrado no jipe Range Rover do goleiro Bruno é do adolescente J., primo do atleta. O carro é o local onde, segundo a polícia, Eliza foi golpeada a cabeça com uma coronhada. Houve luta corporal entre os dois. O menor admitiu a agressão. Conforme Moreira, como o adolescente se recusou a fornecer material para um exame de DNA, a polícia colheu saliva de um copo descartável no qual J. bebeu água". Agência Estado
Esses e outros detalhes confirmaram o indiciamento do goleiro e seus comparsas num contexto que prova tudo que foi registrado com minúcias, fruto de um trabalho sério, conseguido sob forte esquema de demanda do lado contrário.